Saúde Mental é um tema bastante abordado ultimamente, seja em contextos profissionais ou pessoais. Mas por que tem-se falado tanto sobre isso? O que é essa tal “Saúde Mental”?
Já há algum tempo a expressão “Saúde Mental” vem sendo mais compartilhada e verbalizada, tanto em contextos profissionais, como em rodas de conversa entre amigos e familiares. Mas a que saúde nos referimos quando falamos disso?
Os profissionais de saúde, e a Medicina principalmente, vem reconhecendo cada vez mais a importância de considerarmos as questões mentais e emocionais como propulsores de sintomas corporais. Com a “descoberta” do estresse enquanto reação física, em meados da década de 1980, os cientistas reconsideraram alguns conceitos e avaliações realizados anteriormente, embasados somente nos aspectos físicos da saúde. As questões mentais ganharam maior importância e destaque no desenvolvimento da saúde física do indivíduo. A saúde passa a ser vista em sua integralidade: física e mental.
As emoções passaram a ser consideradas nos tratamentos médicos e, para alcançá-las, era fundamental ouvir o paciente, saber o que ele estava sentindo e o que tinha para dizer a respeito de sua dor. Já, desde meados do século XIX, o paciente passou a ocupar um lugar de importância, estabelecendo uma relação de parceria com o médico.
Então, quando falamos de Saúde Mental não estamos nos referindo somente ao conhecimento dos profissionais da área da saúde, ou seja, não é um assunto de sua propriedade unicamente. Se falamos de saúde, prescindimos a existência de uma pessoa, de um sujeito! Falamos da saúde (seja física ou mental) de alguém e necessariamente este alguém precisa estar implicado. Logo, o lugar de fala sobre saúde pode (e deve) sim ser de todos!
Os profissionais dessa área falam de um lugar da ciência, dos seus estudos e conhecimentos, e ouvir suas orientações e indicações contribuem significativamente para que as pessoas exercitem esse cuidado consigo. Então, eu, enquanto sujeito, falo da minha saúde de um lugar de quem vive, de quem sente e de quem participa de forma ativa desse processo!
O cuidador, aquele que cuida de alguém, não é mais somente um terceiro (o profissional ou a família), mas também o próprio sujeito. O cuidado de si foi expandido! Se eu sou o principal porta voz das minhas emoções, é fundamental que consiga compreendê-las e entender o que elas estão tentando dizer!
Se, ao falarmos em Saúde Mental, estamos falando de emoções, naturalmente, também, estamos nos referindo às relações interpessoais. Como seres sociais e membros de uma sociedade, nós estabelecemos laços de relacionamento diariamente, desde aqueles mais superficiais (por exemplo: cumprimentar alguém na rua ou ao adentrar em um ambiente), até os mais significativos (por exemplo: entre familiares e amigos).
Então, muitas vezes, mudanças na maneira como nos relacionamos podem ser fatores balizadores para avaliarmos nossa saúde mental. Assim como as alterações de humor também nos auxiliam nesse processo de autoconhecimento. Porque, para cuidar da saúde mental, antes de mais nada, é necessário conhecer-se! Muitas pessoas iniciam os cuidados com a saúde mental exatamente em processos de autoconhecimento.
Cuidar de nossa saúde mental é também cuidar de nossa saúde física! Se estamos com um nível de ansiedade muito elevado, provavelmente não vamos conseguir nos concentrar e nem relaxar. Podemos apresentar dificuldades na alimentação e no sono. E, diante disso, podemos ainda desenvolver sintomas físicos como estresse, taquicardia, imunidade baixa, dificuldade respiratória, etc.
Se a situação não muito for bem manejada (pela própria pessoa e por profissionais), pode evoluir para transtornos e síndromes, como a própria depressão. Assim, o cuidado constante com nossas emoções, relações e com nós mesmos é imprescindível para evitar possíveis adoecimentos mentais e/ou físicos.
Então, quando cuidamos da nossa saúde, estamos cuidando de nós mesmos! E quando cuidamos da nossa saúde mental estamos cuidando da nossa saúde como um todo, em sua integralidade!
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