Entenda os tipos de inovação e os tipos de tecnologias e como tais compreensões podem ajudar você a ser um profissional mais inovador!
Uma grande tecnologia só passa a ser inovadora quando aplicada em um contexto no qual atenda uma necessidade e passe a fazer parte da vida das pessoas, tornando-se, consequentemente, uma demanda de mercado. A empresa americana Gartner, referência no segmento de pesquisa e consultoria relacionadas à tecnologia, desenvolveu o Hype Cycle, um esquema de representação visual dos estágios e ciclos de vida de uma tecnologia.
Após diversos anos de pesquisa, a empresa conseguiu desenvolver um padrão entre o surgimento e amadurecimento de uma nova tecnologia e setorizar o nível de maturidade dessa tecnologia a partir de suas análises e aplicações.
O primeiro ponto do gráfico, apresenta o “Gatilho da Inovação”, que é o momento no qual uma nova tecnologia passa a ser divulgada pela grande mídia e chega ao conhecimento das pessoas. Posterior a ele, temos o “pico das expectativas infladas”, que é quando, a partir do conhecimento da nova tecnologia, passamos a ter expectativas a respeito de seu uso, como uma nova solução tecnológica para diversos problemas. Porém, logo após, vem o “Vale da Desilusão”, que é o ponto no qual percebe-se que a tecnologia é interessante, mas não apresenta uma utilidade clara e nem viabilidade de produção, por isso, passa a perder visibilidade e importância.
O ponto crucial no “Hype Cycle” se apresenta no “Ponto de Esclarecimento”, momento em que, segundo a Gartner, se tem clareza a respeito da real finalidade da tecnologia, e ela passa a ter uma aplicação mais clara. É neste momento do gráfico que podemos dizer que uma tecnologia de fato se torna uma inovação, pois é o momento no qual atribuímos a ela sentido.
Até este ponto sabemos que: uma tecnologia só passa a ser inovação quando tem uma aplicação clara e utilidade na vida das pessoas, por este motivo, a busca por ideias inovadoras é tão ativa nos mais diversos mercados. Inovação gera eficiência, otimiza modelos e produz novas necessidades a partir do uso de tecnologias. Entendido o papel das tecnologias na inovação, vamos agora compreender em quais modelos e mercados ela se apresenta.
Inovações podem se apresentar à mercados existentes ou inéditos, assim como apresentar ofertas inéditas ou já existentes. Para cada uma das combinações, temos um tipo distinto de inovação, sendo três possibilidades:
1. Inovação Incremental
Se apresenta como aquela inovação a qual você acrescenta diferenciais e/ou melhorias: apresenta uma oferta existente a um mercado existente, mas com um diferencial que faz toda a diferença. É uma inovação focada no curto prazo, para resultados mais imediatos. Um exemplo deste tipo de inovação é o Gmail, serviço de e-mails da Google. Antes você tinha um serviço de e-mails simples e eficiente, com caixa de entrada, enviados e lixeira. Hoje já podemos identificar os serviços atrelados ao Gmail como o Drive, plataforma para upload de arquivos ou Hangouts, destinado a reuniões de vídeo. Podemos dizer que tais adicionais hoje podem ser mais essenciais às pessoas que o próprio serviço de e-mail.
2. Inovação Radical
Perceba que esta inovação se apresenta em dois pontos do gráfico de categorias apresentado. O primeiro, é apresentar uma nova oferta a um mercado já existente. A segunda, apresentar uma oferta existente a um novo mercado. É um pensamento inovador direcionado a médio e longo prazo, visando agregar valor trazendo uma aplicação diferenciada a determinada oferta. Um exemplo clássico deste tipo de inovação é a reconhecida marca de aparelhos eletrônicos Apple e o conhecido Iphone, seu smartphone.
O que Steve Jobs fez, e foi mundialmente reconhecido, foi trazer uma nova concepção de aparelhos ao mercado já existente de celulares. Ele radicalizou o mercado cunhando o termo smartphone, e a partir daí todas as empresas do ramo passaram a seguir seus passos, tanto em termos de função, quanto de layout e aparência.
3. Inovação Disruptiva
Muito se fala em inovação disruptiva, mas você realmente sabe o que o termo significa? Bom, vamos lá: caracteriza-se por ser a inovação que apresenta uma oferta inédita a um novo mercado, ou seja, rompe completamente com os modelos anteriormente estabelecidos.
Um exemplo claro de Disruptividade é a Netflix. Por que? Você se imagina indo até uma locadora alugar um dvd atualmente? Pois é, o mercado de locadoras desapareceu porque o serviço de streaming rompeu completamente com este modelo, apresentando uma melhor, mais eficiente e mais barata solução. Você não precisa sair de casa e paga um valor fixo para ver a quantidade de conteúdos que der conta.
Agora que você já sabe que uma tecnologia só é de fato importante quando possui uma aplicação real, e que é este momento que a torna de fato inovadora. Sabe também que inovação pode se apresentar de diversas maneiras e consequentes impactos, não apenas sendo inédita e avassaladora, mas também pontual e escalonável. Convido você a refletir a respeito de um novo modo de pensar, a partir de dois pontos:
Quando for pensar em inovar seu negócio ou atuação profissional, atente-se ao tipo de inovação que é mais eficiente e aplicável a sua realidade. Além disso, não concentre seus esforços em apenas pensar algo inédito. Reveja seu modelo e entregas, perceba se pode evoluir em pontos específicos do seu negócio, agregando valor de modo mais barato e imediato. Soluções incrementais também podem ser indispensáveis na vida das pessoas, como é o caso do Hangouts, previamente mencionado, que no período de quarentena e home office se mostrou uma ferramenta fundamental para muitas empresas e profissionais.
Observe as tecnologias já existentes e aplique a elas uma função que ninguém viu antes, você pode criar uma necessidade. Por exemplo, a utilização de escaneamento facial para filtros em vídeos de redes sociais popularizou-se em um nível que hoje diversas são suas finalidades, e arrisco dizer que já fazem parte do cotidiano das pessoas.
E aí, pronto para estimular seu pensamento inovador?