Criatividade é requisito fundamental para pensarmos soluções inovadoras, sejam serviços, produtos ou até mesmo uma refeição. Mas como estimular o tão necessário pensamento criativo?
Quando recorremos ao dicionário, a definição de criatividade é: “inventividade, inteligência e talento, natos ou adquiridos, para criar, inventar, inovar, quer no campo artístico, científico, esportivo etc.”. Tal definição parece rasa, porém nos aponta dois pontos iniciais importantes para esta discussão:
Criatividade é inata ou adquirida.
Pode ser que você nasça e cresça uma pessoa criativa por natureza, e pode ser que não, isso não quer dizer que você não possa se tornar criativo ou ter uma grande ideia.
“No campo artístico, científico, esportivo, etc.”
Criatividade não é privilégio apenas dos artistas, pelo contrário, se faz necessária em todos os campos de conhecimento e atuação, justamente por se tratar da capacidade inventiva e inovadora de se abordar uma questão.
Seja um fabricante de móveis, um empreendedor com seu novo negócio ou um renomado chef de cozinha, diversos perfis de profissional contam com a criatividade para se destacar no mercado e se diferenciar da concorrência. Atualmente, ela se faz mais necessária que nunca, pois vivemos em uma realidade que além de física é virtual: temos toda informação a nossa disposição, tecnologias sendo utilizadas na criação de novas tecnologias ainda mais aprimoradas, que desempenham atividades diversas e fazem cada vez mais parte do nosso cotidiano. O que ainda faz com que, nós, seres humanos, sejamos fundamentais para muitas atividades? Nossa capacidade inventiva e criativa.
A tecnologia ainda não conseguiu desenvolver concorrência para a nossa imaginação, a capacidade subjetiva que temos de analisar situações e projetar criativamente. Sendo assim, como é possível adotarmos posturas que estimulem práticas mais criativas e inovadoras? Precisamos estar atentos àquilo que ninguém percebeu ainda, recorrer ao maior número de informações e variáveis possíveis e a partir daí desenvolver um projeto inovador, seja rompendo completamente com um modelo, como a Netflix fez com as locadoras de filme, ou incrementando algo que já foi pensado antes, como a Apple faz anualmente com seus lançamentos de celulares.
Para que consigamos colocar o pensamento criativo em prática para geração de ideias inovadoras, temos algumas dicas valiosas para você:
1. Você não vai conseguir ter todos os pontos de vista, trabalhe em equipe
Cada pessoa vive de acordo com seu repertório e acessos, por isso, é impossível que apenas um indivíduo possa ter clareza de todos os pontos de vista de uma situação. Para que você tenha um maior número de perspectivas é ideal que trabalhos inovadores sejam desenvolvidos em grupo: mais de uma pessoa, mais de um repertório e consequentemente maiores as fontes de inspiração e pesquisa. Cada pessoa presente abre brecha para um insight único, baseado na sua própria vivência e conhecimentos.
2. Ninguém sabe tudo e o mundo está mudando rápido demais
Como muito bem colocou o renomado Futurista Alvin Toffler “o analfabeto do futuro não será aquele que não sabe ler, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender”. A tecnologia se reinventa, as informações se atualizam e tudo isso está acontecendo tão rapidamente como nunca antes na história, por isso, é ideal que estejamos sempre em busca de novos conhecimentos e dispostos a nos desprender de conceitos antigos para apreender novos.
3. Desenvolva o seu olhar, as referências podem vir de qualquer lugar
Caso você esteja projetando para o segmento de automóveis, talvez seja uma boa ideia dar uma volta pelo supermercado, ou mesmo em um parque de diversões. Você só vai conseguir estar atento ao que ninguém viu se procurar em lugares que ninguém procurou antes, não é? Desenvolver um olhar criativo é muito mais sobre estar aberto a observar todas as situações e extrair aprendizado delas, ter uma postura observadora e procurar identificar padrões e oportunidades
4. Simplifique a complexidade das informações
Quando lidamos com projetos de inovação geralmente tratamos de um alto volume de dados e fluxo de informação durante a criação, por isso, é essencial que a complexidade das informações seja amenizada. Recorra a construções visuais, seja por meio de ferramentas de cocriação e design de serviços (como canvas de modelo de negócio e jornada do usuário, por exemplo) ou desenvolvendo fluxogramas visuais e sintetizados das etapas: tendo um overview do processo de maneira simplificada e objetiva a chance de você identificar uma oportunidade inovadora é bem maior. Entenda, criatividade é um processo que precisa ser estimulado, ferramentas visuais são fundamentais para que este estímulo seja bem sucedido
5. Sempre que tiver dúvidas, escute as pessoas
Peça feedback, desenvolva pesquisas de mercado, ouça pessoas de fora do processo. Quando estamos imersos em uma pesquisa, acabamos perdendo o senso crítico e capacidade de observação de alguns detalhes, por isso, não se contente com a sua opinião e da equipe na qual você trabalha, é preciso que tenhamos métricas reais e não viciadas da efetividade de uma solução ou até mesmo da relevância de um problema. Sempre que não souber exatamente para onde ir, pesquise, quando achar que já sabe exatamente o caminho, comprove. Errar cedo é errar mais barato e com mais tempo para correção.
Garantindo um olhar plural e diversificado, referências variadas e a estruturação (e simplificação) visual das informações obtidas, você terá uma percepção mais ampla e insightful da sua demanda e do seu processo de criação. Pense na criatividade como uma jornada a ser seguida: você precisa ter o máximo de informações, construí-las e conectá-las de modo a fazer sentido, coletar feedbacks a respeito do conteúdo e a partir daí conseguir visualizar caminhos e possíveis soluções. Construindo uma jornada rica e bem estruturada, as chances de sucesso são imensamente maiores, a criatividade é estimulada e a inovação garantida.